Por Juliana Bochini Crepaldi
Olá! Sou Juliana, tenho 39 anos (40 em Outubro), sou mãe de 4 filhos (corajosa), e moro em Jundiaí-SP. Minha história com motos é algo que nem sequer pensava, mas que aconteceu e me transformou.
Fui mãe aos 20 anos de idade, logo quando a maioria de nós está começando desbravar o mundo, cheias de aventuras e conquistas com a carteira de motorista. Durante muito tempo me dediquei exclusivamente a tarefa do “ser mãe”, e acredito que ter feito um ótimo trabalho. Hoje meus filhos estão crescidos.
E ai, você pode estar se perguntando, em qual momento o motociclismo aconteceu em minha vida?
Pasme. Tudo começou com uma ideia do meu marido para "guardar dinheiro", como um investimento. Mal sabia ele que aquela ideia se tornaria a nossa paixão eterna, mesmo sem que nenhum de nós, naquele momento, tivesse uma carta categoria A.
Da ideia, não demorou muito para que o Luan, meu marido, tirasse a habilitação. Nossa primeira moto foi uma Sundown Vblade 250. Rodamos cerca de dois anos com ela, ainda tímidos em duas rodas. Daí veio a Judite, uma Vulcan 900, que temos até hoje.
Na Garupa
Por muito tempo fui garupa, e confesso que amo viajar de garupa. Ali do banco do passageiro conheci lugares lindos e não perdi nada por estar atrás, a sensação do vento no rosto e de liberdade são a mesmas. Além disso, essa experiência proporciona uma forte conexão com nossos parceiros. Eu recomendo: rodar com quem você ama é maravilhoso.
Também não acredito que uma pessoa é mais ou menos motociclista por estar na garupa. Afinal gostamos das mesmas aventuras, das roupas pretas e estilosas, dos encontros de motos, e, claro, do bom e velho Rock’nRoll. Motociclismo é uma paixão, um estilo de vida.
Foram 13 anos eternizando momentos, viagens, e amizades na garupa, mas em setembro de 2018 decidi que era hora de me aventurar pilotando.
E se eu amo garupa, por quê pilotar?
Em julho de 2018, Luan e eu resolvemos sair em uma aventura com destino a Foz do Iguaçu. Levamos 16 horas entre Jundaí, no interior de SP, até a cidade no Paraná. Enquanto viajávamos, me veio um estalo:
“Senhor se ele passa mal aqui longe de tudo. Como sairemos de um possível imprevisto”, pensava enquanto passávamos por intermináveis plantações de cana de açucar.
Voltei determinada pra tirar minha habilitação categoria A. Mas ainda me faltava coragem, eu achava que era tarde demais para isto. “Onde já se viu tirar uma carta de moto aos 38 anos de idade?”, martelava uma vozinha na minha cabeça.
Mas apoio e empurrão não faltaram. Foram meu marido e meu filho mais velho, que na época havia recém completado 18 anos e já era apaixonado por motociclismo, que me deram a motivação que eu precisava pra passar por cima das barreiras que eu mesma estava criando.
Fiz minha matricula e veio a primeira aula. Fui com frio na barriga e um temor, meu pensamento me traindo o tempo todo: será que estou fazendo o certo?
Lembro como se fosse hoje, meu instrutor segurando a moto por trás, como se fosse uma bicicleta, ajudando no equilíbrio. Eu era garupa, mas até então nunca me aventurei para aprender pilotar com o meu esposo. Aprendi tudo sobre pilotagem na auto escola, até como ligar a moto.
Foram 16 aulas até o grande dia: a prova final no circuito. E eu, passei de primeira. Quando volto na memória desse dia, acredito que a experiencia e a calma foram meus grandes aliados neste momento.
E com uma carteira em mãos, agora era hora de escolher minha moto. Tive o apoio do meu marido pra escolher a primeira. Comecei bem tímida, buscando algo em que me sentisse segura: a escolhida foi a Scooter NMAX 160.
Uma scooter sim. E por que não? Não acredito que precisamos logo pegar uma grande moto, alta cilindrada. Eu queria aprender a andar na rua primeiro, ganhar experiencia com curvas, carros ao meu lado. Antes de mais nada, queria construir minha confiança. E consegui!
Hoje em dia continuo com a minha NMax, mas já piloto outros estilos com segurança. Saio com a Yamaha Fazer 250 do “filhão”, e uma Z400 com a qual realizei minha mais longa aventura pilotando até a cidade de Socorro-SP.
Muita gente diz, quem pilota uma scooter fica preguiçoso e esquece como se pilota, mas te garanto que não. Uma vez que se aprende jamais se esquece. Só um pouco de adaptação de cada moto e bora ser feliz.
Ainda em 2018, recebemos a proposta para criar e colaborar com uma revista de motos on-line - a BestRiders.com.br -. Um desafio que agarramos com unhas e dentes.
O motociclismo é parte de minha família, do nosso modo de vida. O motociclismo transforma. No instagram tenho o perfil @jubestriders e junto com a #elaspilotam incentivo esse amor por duas rodas e as mulheres a entrarem neste movimento. Porque juntas seremos sempre fortes. Não vejo concorrência neste nosso meio, mas sim parcerias e admiradores.
Essa é a minha história. Espero encorajar outras mais. Amo motociclismo.